Este espaço é dedicado à discussão dos conteúdos que integram o Relatório dos Grupos Focais Transnacionais (Itália, Polónia, Portugal e Turquia), sendo aberto aos participantes Portugueses que participaram no Grupo focal nacional e ao publico em geral com interesse nestas matérias.
Os participantes portugueses no grupo focal nacional foram os seguintes:
Universidades:
Soumodip Sarkar (Universidade de Évora),
José Martins (ISCAL)
Entidades de Formação:
Nelson Cristo (Cevalor)
Filomena Mamede (ESTER)
Maria José Pita (CEV)
Administração Pública:
Manuel Duarte Figueira (IPQ)
Associações:
Rui Murta (ANEF)
João Franco (APAV)
Empresas:
Tiago Dória (Faria e Bento)
Profissionais Liberais:
Jorge Gameiro (Consultor)
Nuno Morganheira (Formador)
A discussão neste tópico está aberta aos participantes do grupo focal nacional e ao público que em geral, independentemente da área profissional ou de actividade, desejem participar na mesma.
O relatório conjunto transnacional, que serve de base à discussão neste tópico, encontra-se em anexo ao mesmo.
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Caríssímos,
Estive a ler, atentamente, o relatório acima e de facto retrata muito bem aquilo que são as perspectivas dos dois lados do "problema".
Contudo, parte do problema existente é o facto das expectativas estarem desfasadas, ou seja, aquilo que é esperado não é o que é actualmente "oferecido" pelo outro, o que é claramente relatado. De facto, tanto empresas como universidades são bastante "umbiguistas", sendo esse facto bastante prejudicial para ambas as partes.
As Empresas, por um lado, centram-se bastante nos resultados, o que é óbvio, pois o principal propósito é efectivamente o lucro e foi para tal que as mesmas foram criadas. As universidades centram-se, ainda em questões técnicas e I&D, demasiado teóricas e sem aplicação prática junto da realidade empresarial. Pelo menos é essa a forma como a maioria das Empresas ainda olha para as universidades e é também o que a maioria delas espelham.
Claro que existem excepções a esta regra, mas estas encontram-se maioritariamente em sectores de actividade emergentes e não tanto nos tradicionais. Temos como exemplo disto as empresas do sector tecnológico e comunicações, entre outros, mas poucos. Contudo, mesmo neste sector a "inovação" parte muitas vezes do princípio da "cópia" do que já existe, fazendo investimentos desnecessários e duplicações do mesmo em vez de se centrarem na alavancagem dos já existentes com parcerias estratégicas de negócio. Este tipo de atitude leva a uma clara fragmentação da oferta sem que sejam apresentados quaisquer factores diferenciadores que levem o mercado e os consumidores finais a tomar decisões conscientes e claras sobre as suas opções.
É nestes dois pontos que as universidades, criando novas metodologias de aproximação às Empresas, poderão ter um papel importante. Por um lado através da oferta de serviços de I&D que levem, a caminhos de upgrade ou suficientemente diferenciadores daquilo que já existe. Por outro lado, através da própria formação dos alunos, a nível comportamental, criando metodologias de formação que potenciem o tipo de atitude necessária para que se encare o mercado de trabalho e a própria forma de desenvolver o trabalho nas Empresas de uma forma constantemente crítica e de constante desafio.
Para a maioria das empresas, inovar significa investir num equipamento ou ferramenta. Para mudar esta atitude não é necessário apenas adaptar os currícula dos cursos das universidade. Há que mudar esta atitude conseguindo colocar alunos em estágio (mais prolongados do que os actualmente existentes) ou recém graduados, já com as necessárias competências comportamentais para a constante mudança e desafio nas Empresas. Quando as mesmas começarem a ver resultados práticos destas soluções a forma de encarar o trabalho das universidade vai mudar e, consequentemente, as próprias empresas irão ser ser mais exigentes relativamente às soluções que as universidades apresentam (serviços e oferta de recursos humanos graduados).
Esta é a minha opinião, a qual não serve apenas para as universidades, mas também para outras Organizações que tentam operar da melhor forma que conseguem junto do tecido empresarial.
Não sendo um grande contributo, mas sim apenas algumas palavras sobre o que me vai na alma relativamente ao assunto, despeço-me com os Melhores Cumprimentos a todos,
Nelson Cristo
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